Sabe mãe, escondo muitas coisas por tras do meu sorriso, escondo muitas coisas por tras das palavras, muitas coisas por tras do meu medo. Outras muitas coisas estão expostas, mas passam despercebidas pelos olhos de quem não se importa.
Sabe mãe, ficou tanta gente pra tras que não dá pra esconder, e por mais que eu tente disfarçar, meus olhos não me deixam mentir.
Sabe mãe, ainda posso sentir o bafo da usina, posso ver a avenida carregada de pressa e a fé cheia de preces para amanhã estar livre de lá.
As vezes me distraio e paro de pensar, mas é dificil não pensar quando depois de tanto tempo meu lado esta vazio, e sei que alguem me espera por lá. Eu sei que algo me espera por la mãe, eu sei que é lá eu preciso estar. Eu posso morrer lá, mas tenha certeza, eu não vou guerrear para ter paz. Não aguento mais querer sanidade dentro desse caos que me tornei. Essa luta que nao me leva a lugar nenhum e só faz de mim uma total desunião.
Sinto falta dos risos, sinto falta dos extremos, sinto falta da euforia que eu tinha no fundo do poço.
Sabe mãe, eu tenho vergonha de ter ido longe demais, mentido para as pessoas que eu tanto amo e ter que me curar de mim. Ninguem sabe mãe, nem elas e nem você, onde eu vim parar, longe de tudo, longe de mim e não sei até quando será assim.
As entrelinhas estão claras, e essa é a unica forma que criei coragem de dizer a verdade da volta.
Desculpa mãe, nem todo mundo é uma fenix.
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